Goiânia é um município brasileiro e capital do estado de Goiás.
É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste do Brasil, sendo superada apenas por Brasília, capital federal. É a sexta maior cidade do Brasil em tamanho, com 256,8 quilômetros quadrados de área urbana. Localiza-se no Planalto Central, a 48 quilômetros de Anápolis e 209 quilômetros a sudoeste de Brasília.
A cidade possui 1.301.892 habitantes, de acordo com o censo 2010 do IBGE, sendo o décimo segundo município mais populoso do Brasil. A Região Metropolitana de Goiânia possui 2.172.497 habitantes, o que a torna a décima primeira região metropolitana mais populosa do país.
Assim como algumas outras cidades brasileiras, Goiânia desenvolveu-se a partir de um plano urbanístico, tendo sido construída com o propósito de desempenhar a função de centro político e administrativo do estado de Goiás. Foi fundada em 24 de outubro de 1933, absorvendo, em 1937, da cidade de Goiás, a função de capital do estado.
História
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Bandeira / Brasão |
Fundação (1930-1940)
Desde a época colonial, entre viajantes estrangeiros e parte da elite política da região, eram comuns tanto a crítica às condições geográficas da cidade de Goiás quanto a ideia da transferência da capital da província para uma área mais conveniente à expansão e desenvolvimento urbanos.
Tal ideia permaneceu em latência até que, após a Revolução de 1930, Pedro Ludovico Teixeira foi indicado interventor federal no estado de Goiás. Por sua decisão, criou-se em 1932 uma comissão encarregada de escolher o local em que seria construída a nova capital. Em 24 de Outubro de 1933, lançou-se a pedra fundamental da construção, num gesto simbólico que marcou a fundação da nova cidade. Porém, a transferência da capital do estado para Goiânia somente foi oficializada em 1937 e a inauguração oficial da cidade somente aconteceu em 1942.
O plano piloto de Goiânia foi concebido pelo urbanista Attilio Corrêa Lima e executado pelos engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno. Em conformidade com o mesmo, abriram-se três avenidas principais (Goiás, Araguaia e Tocantins), as quais confluem para a parte mais elevada do terreno do atual centro - onde por sua vez foi erigida a sede do governo estadual. Uma quarta avenida principal (Paranaíba) foi aberta perpendicularmente às três avenidas mencionadas, conectando o Parque Botafogo ao antigo aeroporto (o qual estaria localizado no atual Setor Aeroporto). Em 1936, Armando de Godoy assumiu a direção do projeto, interpondo-lhe modificações significativas. Godoy reelaborou, sobretudo, a parte sul do projeto de Correia Lima, introduzindo nesta área um bairro residencial (o atual Setor Sul), o qual concebeu sob a inspiração do movimento das cidades-jardim, fundado pelo urbanista Ebenezer Howard.
Expansão urbana (1940-atualidade)
Boa parte das primeiras edificações de grande porte do centro de Goiânia foram construídas no estilo art déco, entre as décadas de 1940 e 1950, e constituem um acervo significativo do ponto de vista da história da arquitetura brasileira. Por esta razão, em 2003, partes do núcleo central de Goiânia - bem como do bairro de Campinas - foram incorporadas oficialmente ao patrimônio histórico e artístico nacional brasileiro.
Desde a sua fundação, Goiânia tem sido o palco de um crescimento demográfico e de uma expansão urbana vertiginosos. Em 1950, a cidade já superava as expectativas demográficas da época da sua construção, ultrapassando a cifra dos 50.000 habitantes. Em 1980, a população da cidade já era estimada em cerca de 700.000 pessoas. Desde então, no geral, tanto o crescimento demográfico quanto a expansão da área urbana do município de Goiânia se têm feito num ritmo mais lento que outrora. Ainda assim, certas regiões do municípios, nomeadamente as zonas Noroeste e Sudoeste, apresentaram, entre os anos 1991-2000, taxas de crescimento populacional anual bastante expressivas (9% e 14,5%, respectivamente). O resultado de tais processos vem sendo a periferização do espaço urbano de Goiânia - fenômeno para o qual também os altíssimos índices de crescimento populacional de alguns municípios da região metropolitana têm contribuído.
Turismo
Apontada entre as sete cidades brasileiras com melhor qualidade de vida, sendo a capital com maior índice de qualidade de vida, Goiânia se orgulha de encantar seus moradores e visitantes. Projetada para 50 mil pessoas, a cidade hoje tem cerca de 1,2 milhão de habitantes, segundo dados do Censo 96 do IBGE, e se destaca também por seu desenvolvimento comercial. Possui oito shoppings centers, mais um está em construção, e 19 centros comerciais de menor tamanho, além de inúmeras concessionárias de veículos nacionais e importados e uma completa rede hoteleira e de clubes. Embora seja capital de um Estado com predominância econômica agropecuária, Goiânia também se destaca por possuir uma respeitável indústria de confecções.
Pontos turístico
São os seguintes Pontos Turísticos na capital Goiana:
Talvez por conta de uma boa relação do médico Laudelino Gomes de Almeida com o povo campineiro, é que a Cidade de Campinas teria sido escolhida para abrigar a construção da nova capital do estado. Isso fez com que ocorressem mudanças no cotidiano dos moradores daquele município, com construções de hotéis, casas comerciais e a vinda de pessoas de outras localidades da região e também do país.
Em toda a história, onde em algum lugar já existe um determinado grupo e no mesmo espaço começa a se formar outro, se cria uma rivalidade. “É comum existir rivalidades entre grupos diferentes… E foi o que aconteceu entre Goiânia e Campinas…” (Oliveira, 2003: 14).
Como é comum dentro de algumas sociedades, essa rivalidade foi transferida dentro da prática esportiva, mas precisamente, no futebol.
Surge na nova capital, um clube fundado por jovens vilaboenses entusiastas desse esporte, o União Americana Esporte Clube, no dia 28 de abril de 1936. O novo clube que nascia, tinha esse nome para homenagear os dois principais clubes da cidade de Goiás da época; o União Esporte Clube e o América Futebol Clube, de certa forma para conservar ou trazer um pouco do cotidiano esportivo/cultural da juventude vilaboense para a nova capital.
Quase um ano mais tarde, surge o tradicional Atlético Clube Goianiense, fundado no dia 2 de abril de 1937. Alguns radicais defensores da ‘Campininha’ quiseram tirar o nome ‘goianiense’ para substituir pelo nome ‘campineiro’, o que demonstrava certa autonomia de Campinas em relação à cidade de Goiânia (Oliveira, 2003: 14), mas ficou com o nome de sua fundação.
Sem uma situação de destaque o União Americana não vingou, porém formou uma base sólida para a fundação de um clube que representaria a região central de Goiânia; surge um clube homônimo da capital: O Goiânia Esporte Clube que foi fundado (oficialmente) em 28 de junho de 1938. É importante ressaltar que essa rivalidade, nada atrapalhou a construção da nova capital, uma vez que Campinas perde sua autonomia municipal, e se desenvolve ao ponto de muitos fazendeiros da região, doar terras ao governo para fazer loteamentos; sem contar que o comércio de Campinas se desenvolveu de tal maneira que até hoje esse setor e suas redondezas constitui o principal pólo comercial da capital, tendo várias lojas de bens de consumo de venda no varejo e no atacado.
Ao analisarmos o futebol e sua relação com a política, podemos observar que seu simbolismo vai além de um simples jogo de 22 homens (11 de cada lado), correndo atrás de uma bola, tentando colocá-la dentro de uma baliza retangular do adversário que é o que se chama de ‘gol’. Era interessante para o novo governo que se instalava (e continua para os atuais), que existisse um clube de futebol que simbolizasse o empreendimento e a ousadia da construção de Goiânia e de preferência que fosse homônimo da nova capital. Dessa forma, o Goiânia (como era chamado por seus adeptos) era o time preferido de Pedro Ludovico Teixeira, sendo muito tempo conhecido como ‘o clube dos funcionários públicos’.
O estado dava todo o apoio financeiro e estrutural a fim de afirmar uma identidade para o clube, tanto que o Goiânia mandava seus jogos no antigo Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira (o estádio levava o nome do interventor como forma de demarcar e afirmar seu território político, nada melhor que em uma arena esportiva), na Avenida Paranaíba no com a Rua 74 no Centro.
O Atlético, tradicional clube que representava (e ainda representa) Campinas, se sustentava de doações de seus adeptos, que considerava o clube como um dos principais símbolos do bairro. O principal colaborador do time foi Antônio Accioly, que fez a doação do terreno para a construção do estádio do clube que leva o seu nome, situado no começo da Avenida 24 de outubro (principal via de Campinas).
Nos anos de 1960, Goiânia passa a viver uma nova perspectiva de desenvolvimentismo com a construção de Brasília, para concretizar o projeto iniciado por Vargas na década de 1930 e concretizado por JK, vindo a ser a nova capital da República Federativa do Brasil no inicio da década de 1960.
Como veio primeira, Goiânia ficou ‘responsável’ para receber Brasília assim como Campinas ‘recebeu’ Goiânia 30 anos antes. Com a mudança da capital nacional para a região Centro-Oeste, a cidade de Goiânia cresceu se tornando um grande centro populacional ao ponto da sua população crescer de aproximadamente 75.000 habitantes em 1955 para em torno de 250.000 habitantes em 1965.
O crescimento de maneira desordenada nesse período com uma população formada por migrações acarretou problemas de infra-estruturas o que descaracterizava o planejamento inicial da cidade. (Oliveira, 2003: 25). Com o crescimento da cidade a rivalidade entre a região central e Campinas diminuiu e com isso Atlético e Goiânia já não tinham a mesma força de antes, ou seja, um novo cenário futebolístico surge com a ascensão de dois clubes, que antes não passavam de meros coadjuvantes: O Goiás Esporte Clube e o Vila Nova Futebol Clube.
Com o Goiás e o Vila, ocupando posições de destaque após a década de 1960, uma nova rivalidade surge no cenário futebolístico goianiense e goiano. A rivalidade provinciana de Goiânia e Atlético foi substituído pelo simbolismo de uma grande diferença de classes sociais formadas na capital entre as agremiações de Goiás e Vila Nova.
O Goiás representa uma pequena burguesia comercial e industrial e assim como o Goiânia, obtém estreita relações com o governo estadual. Nesse caso, podemos nos remeter a reflexão da dialética marxista em que o Estado é interventor das lutas de classes, e, normalmente, a intervenção vem a favor da elite que detém o poder, no caso a burguesia.
O Vila Nova nasceu em um bairro operário, formado basicamente por migrantes que participaram da construção da capital, ou seja, o clube se torna popular, como o Atlético em Campinas, porém não tem a característica provinciana do clube campineiro. “Consolidaram-se, então, dois times no cenário goianiense: o ‘clássico das multidões’, entre Goiás e Vila Nova, substitui o ‘choque rei’ entre Goiânia e Atlético, clássico da época anterior” (Oliveira, 2003: 26).
O crescimento da cidade e o surgimento de mais duas forças do futebol goianiense e goiano, não fizeram que Atlético e Goiânia perdessem sua rivalidade; ainda que diminuída. Passaram a existir outras rivalidades nos clássicos que se formaram além de Atlético versus Goiânia e Goiás versus Vila Nova. Por estarem situados em uma mesma cidade, os quatros times detém certa rivalidade, ainda que ‘moderada’, com a exceção dos citados acima: Atlético X Goiás, Goiânia X Vila Nova, Goiás X Goiânia (o famoso GO-GO) e Vila Nova X Atlético; formando o cenário da rivalidade futebolística na cidade e no estado.
O Goiás Esporte Clube nasceu em 6 de abril de 1943, por influência dos irmãos Lino e Carlo Barsi um grupo de amigos se reuniu e fundou o clube alviverde e por pouco não se chamou Palestra Itália, pois os irmãos Barsi tinham a descendência italiana e eram entusiastas torcedores do Palmeiras, que na época, se chamava Palestra Itália. Até 1966, o maior feito do Goiás foi o vice campeonato em 1951. Dos anos que disputa o certame estadual o Goiás conquistou 21 títulos, sendo seu maior vencedor; o último foi em um final contra o Atlético, na qual o time de Campinas teve um gol anulado, sendo considerado um lance polemica, uma vez que o atacante rubro-negro não estava impedido. No último campeonato o clube da Serrinha perdeu a final para o Itumbiara com duas derrotas. No jogo de ida, em Itumbiara, por 1 x 0 e por 3 x 0 em pleno Serra Dourada. Atualmente o Clube esmeraldino é o maior rival do Vila Nova, protagonizando com o colorado, o maior clássico do Centro-Oeste brasileiro, sendo chamado como clássico das multidões, ‘Derby do Cerrado’ e para muitos fanáticos dos dois clubes, o maior do mundo.
O Atlético foi o primeiro clube fundado na capital, tendo o bairro de Campinas como seu lar, o clube é um símbolo do mais antigo bairro da capital tendo seu campo situado no começo da Avenida 24 de outubro, que liga o bairro com o centro da Capital. O rubro-negro foi o campeão goiano de futebol no primeiro campeonato disputado no ano de 1944, que tinha Goiás, Vila Nova, Goiânia e o Campinas; como outros participantes. A camisa rubro-negra do Atlético é uma alusão a do Clube de Regatas do Flamengo do Rio de Janeiro. A decisão das cores da camisa foi decidido na reunião de fundação, onde a maioria dos presentes eram torcedores do clube carioca. O Atlético conquistou entre 1944 e 2007 10 títulos do certame goiano sendo a última em 2010 depois de um jejum de 22 anos.
O Goiânia Esporte Clube surge como o clube que representa o centro de Goiânia e que protagonizou com o Atlético nas décadas de 1940 a 1960 o maior Clássico do estado. Sendo conhecido como o time do poder público, o galo da capital mandava seus jogos no antigo Estádio Olímpico na Av. Paranaíba com a Rua 74. Dominou, junto com o Atlético, o certame goiano até 1960 chegando a ganhar o penta campeonato (campeão 5 vezes seguidas) em 1950 a 1954 e até 1997, quando o Goiás foi campeão estadual, era o clube com mais títulos goiano conquistando o último campeonato em 1974, sendo o último campeão do Estádio Olímpico, ou seja, o Goiânia é o único da capital a não ser campeão no Serra Dourada. Vencedor de 14 campeonatos, o Goiânia disputa atualmente a divisão intermediária do campeonato estadual (2º divisão do Goiano), sendo que sequer classificou para o quadrangular final da segundona em 2008, 2009 e em 2010, na qual Santa Helena e Aparecidense conquistaram o acesso, em 2008 e Morrinhos e Canedense em 2009.
Desde a sua fundação, Goiânia tem sido o palco de um crescimento demográfico e de uma expansão urbana vertiginosos. Em 1950, a cidade já superava as expectativas demográficas da época da sua construção, ultrapassando a cifra dos 50.000 habitantes. Em 1980, a população da cidade já era estimada em cerca de 700.000 pessoas. Desde então, no geral, tanto o crescimento demográfico quanto a expansão da área urbana do município de Goiânia se têm feito num ritmo mais lento que outrora. Ainda assim, certas regiões do municípios, nomeadamente as zonas Noroeste e Sudoeste, apresentaram, entre os anos 1991-2000, taxas de crescimento populacional anual bastante expressivas (9% e 14,5%, respectivamente). O resultado de tais processos vem sendo a periferização do espaço urbano de Goiânia - fenômeno para o qual também os altíssimos índices de crescimento populacional de alguns municípios da região metropolitana têm contribuído.
O acidente radiológico em 1987
Em 1987, houve em Goiânia o mais grave acidente radiológico já ocorrido no continente americano. Nesta ocasião, contaminaram-se centenas de pessoas com partículas da substância radioativa Césio-137, liberadas de maneira não premeditada, quando dois catadores de lixo desmontaram um aparelho utilizado em radioterapias.Turismo
Apontada entre as sete cidades brasileiras com melhor qualidade de vida, sendo a capital com maior índice de qualidade de vida, Goiânia se orgulha de encantar seus moradores e visitantes. Projetada para 50 mil pessoas, a cidade hoje tem cerca de 1,2 milhão de habitantes, segundo dados do Censo 96 do IBGE, e se destaca também por seu desenvolvimento comercial. Possui oito shoppings centers, mais um está em construção, e 19 centros comerciais de menor tamanho, além de inúmeras concessionárias de veículos nacionais e importados e uma completa rede hoteleira e de clubes. Embora seja capital de um Estado com predominância econômica agropecuária, Goiânia também se destaca por possuir uma respeitável indústria de confecções.
Pontos turístico
São os seguintes Pontos Turísticos na capital Goiana:
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Paque Areião |
Coreto - uma das obras Art Déco em Goiânia. |
Art Déco - Estação Ferroviária. |
Monumento às Três Raças. |
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Visão de prédios em um parque de Goiânia |
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Bosque dos Buritis |
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Parque Vaca Brava |
Rivalidade no futebol em Goiânia e em Goiás
Em toda a história, onde em algum lugar já existe um determinado grupo e no mesmo espaço começa a se formar outro, se cria uma rivalidade. “É comum existir rivalidades entre grupos diferentes… E foi o que aconteceu entre Goiânia e Campinas…” (Oliveira, 2003: 14).
Como é comum dentro de algumas sociedades, essa rivalidade foi transferida dentro da prática esportiva, mas precisamente, no futebol.
Surge na nova capital, um clube fundado por jovens vilaboenses entusiastas desse esporte, o União Americana Esporte Clube, no dia 28 de abril de 1936. O novo clube que nascia, tinha esse nome para homenagear os dois principais clubes da cidade de Goiás da época; o União Esporte Clube e o América Futebol Clube, de certa forma para conservar ou trazer um pouco do cotidiano esportivo/cultural da juventude vilaboense para a nova capital.
Quase um ano mais tarde, surge o tradicional Atlético Clube Goianiense, fundado no dia 2 de abril de 1937. Alguns radicais defensores da ‘Campininha’ quiseram tirar o nome ‘goianiense’ para substituir pelo nome ‘campineiro’, o que demonstrava certa autonomia de Campinas em relação à cidade de Goiânia (Oliveira, 2003: 14), mas ficou com o nome de sua fundação.
Sem uma situação de destaque o União Americana não vingou, porém formou uma base sólida para a fundação de um clube que representaria a região central de Goiânia; surge um clube homônimo da capital: O Goiânia Esporte Clube que foi fundado (oficialmente) em 28 de junho de 1938. É importante ressaltar que essa rivalidade, nada atrapalhou a construção da nova capital, uma vez que Campinas perde sua autonomia municipal, e se desenvolve ao ponto de muitos fazendeiros da região, doar terras ao governo para fazer loteamentos; sem contar que o comércio de Campinas se desenvolveu de tal maneira que até hoje esse setor e suas redondezas constitui o principal pólo comercial da capital, tendo várias lojas de bens de consumo de venda no varejo e no atacado.
Ao analisarmos o futebol e sua relação com a política, podemos observar que seu simbolismo vai além de um simples jogo de 22 homens (11 de cada lado), correndo atrás de uma bola, tentando colocá-la dentro de uma baliza retangular do adversário que é o que se chama de ‘gol’. Era interessante para o novo governo que se instalava (e continua para os atuais), que existisse um clube de futebol que simbolizasse o empreendimento e a ousadia da construção de Goiânia e de preferência que fosse homônimo da nova capital. Dessa forma, o Goiânia (como era chamado por seus adeptos) era o time preferido de Pedro Ludovico Teixeira, sendo muito tempo conhecido como ‘o clube dos funcionários públicos’.
O Atlético, tradicional clube que representava (e ainda representa) Campinas, se sustentava de doações de seus adeptos, que considerava o clube como um dos principais símbolos do bairro. O principal colaborador do time foi Antônio Accioly, que fez a doação do terreno para a construção do estádio do clube que leva o seu nome, situado no começo da Avenida 24 de outubro (principal via de Campinas).
Nos anos de 1960, Goiânia passa a viver uma nova perspectiva de desenvolvimentismo com a construção de Brasília, para concretizar o projeto iniciado por Vargas na década de 1930 e concretizado por JK, vindo a ser a nova capital da República Federativa do Brasil no inicio da década de 1960.
Como veio primeira, Goiânia ficou ‘responsável’ para receber Brasília assim como Campinas ‘recebeu’ Goiânia 30 anos antes. Com a mudança da capital nacional para a região Centro-Oeste, a cidade de Goiânia cresceu se tornando um grande centro populacional ao ponto da sua população crescer de aproximadamente 75.000 habitantes em 1955 para em torno de 250.000 habitantes em 1965.
O crescimento de maneira desordenada nesse período com uma população formada por migrações acarretou problemas de infra-estruturas o que descaracterizava o planejamento inicial da cidade. (Oliveira, 2003: 25). Com o crescimento da cidade a rivalidade entre a região central e Campinas diminuiu e com isso Atlético e Goiânia já não tinham a mesma força de antes, ou seja, um novo cenário futebolístico surge com a ascensão de dois clubes, que antes não passavam de meros coadjuvantes: O Goiás Esporte Clube e o Vila Nova Futebol Clube.
Com o Goiás e o Vila, ocupando posições de destaque após a década de 1960, uma nova rivalidade surge no cenário futebolístico goianiense e goiano. A rivalidade provinciana de Goiânia e Atlético foi substituído pelo simbolismo de uma grande diferença de classes sociais formadas na capital entre as agremiações de Goiás e Vila Nova.
O Goiás representa uma pequena burguesia comercial e industrial e assim como o Goiânia, obtém estreita relações com o governo estadual. Nesse caso, podemos nos remeter a reflexão da dialética marxista em que o Estado é interventor das lutas de classes, e, normalmente, a intervenção vem a favor da elite que detém o poder, no caso a burguesia.
O Vila Nova nasceu em um bairro operário, formado basicamente por migrantes que participaram da construção da capital, ou seja, o clube se torna popular, como o Atlético em Campinas, porém não tem a característica provinciana do clube campineiro. “Consolidaram-se, então, dois times no cenário goianiense: o ‘clássico das multidões’, entre Goiás e Vila Nova, substitui o ‘choque rei’ entre Goiânia e Atlético, clássico da época anterior” (Oliveira, 2003: 26).
O crescimento da cidade e o surgimento de mais duas forças do futebol goianiense e goiano, não fizeram que Atlético e Goiânia perdessem sua rivalidade; ainda que diminuída. Passaram a existir outras rivalidades nos clássicos que se formaram além de Atlético versus Goiânia e Goiás versus Vila Nova. Por estarem situados em uma mesma cidade, os quatros times detém certa rivalidade, ainda que ‘moderada’, com a exceção dos citados acima: Atlético X Goiás, Goiânia X Vila Nova, Goiás X Goiânia (o famoso GO-GO) e Vila Nova X Atlético; formando o cenário da rivalidade futebolística na cidade e no estado.
O Goiás Esporte Clube nasceu em 6 de abril de 1943, por influência dos irmãos Lino e Carlo Barsi um grupo de amigos se reuniu e fundou o clube alviverde e por pouco não se chamou Palestra Itália, pois os irmãos Barsi tinham a descendência italiana e eram entusiastas torcedores do Palmeiras, que na época, se chamava Palestra Itália. Até 1966, o maior feito do Goiás foi o vice campeonato em 1951. Dos anos que disputa o certame estadual o Goiás conquistou 21 títulos, sendo seu maior vencedor; o último foi em um final contra o Atlético, na qual o time de Campinas teve um gol anulado, sendo considerado um lance polemica, uma vez que o atacante rubro-negro não estava impedido. No último campeonato o clube da Serrinha perdeu a final para o Itumbiara com duas derrotas. No jogo de ida, em Itumbiara, por 1 x 0 e por 3 x 0 em pleno Serra Dourada. Atualmente o Clube esmeraldino é o maior rival do Vila Nova, protagonizando com o colorado, o maior clássico do Centro-Oeste brasileiro, sendo chamado como clássico das multidões, ‘Derby do Cerrado’ e para muitos fanáticos dos dois clubes, o maior do mundo.
O Atlético foi o primeiro clube fundado na capital, tendo o bairro de Campinas como seu lar, o clube é um símbolo do mais antigo bairro da capital tendo seu campo situado no começo da Avenida 24 de outubro, que liga o bairro com o centro da Capital. O rubro-negro foi o campeão goiano de futebol no primeiro campeonato disputado no ano de 1944, que tinha Goiás, Vila Nova, Goiânia e o Campinas; como outros participantes. A camisa rubro-negra do Atlético é uma alusão a do Clube de Regatas do Flamengo do Rio de Janeiro. A decisão das cores da camisa foi decidido na reunião de fundação, onde a maioria dos presentes eram torcedores do clube carioca. O Atlético conquistou entre 1944 e 2007 10 títulos do certame goiano sendo a última em 2010 depois de um jejum de 22 anos.
O Goiânia Esporte Clube surge como o clube que representa o centro de Goiânia e que protagonizou com o Atlético nas décadas de 1940 a 1960 o maior Clássico do estado. Sendo conhecido como o time do poder público, o galo da capital mandava seus jogos no antigo Estádio Olímpico na Av. Paranaíba com a Rua 74. Dominou, junto com o Atlético, o certame goiano até 1960 chegando a ganhar o penta campeonato (campeão 5 vezes seguidas) em 1950 a 1954 e até 1997, quando o Goiás foi campeão estadual, era o clube com mais títulos goiano conquistando o último campeonato em 1974, sendo o último campeão do Estádio Olímpico, ou seja, o Goiânia é o único da capital a não ser campeão no Serra Dourada. Vencedor de 14 campeonatos, o Goiânia disputa atualmente a divisão intermediária do campeonato estadual (2º divisão do Goiano), sendo que sequer classificou para o quadrangular final da segundona em 2008, 2009 e em 2010, na qual Santa Helena e Aparecidense conquistaram o acesso, em 2008 e Morrinhos e Canedense em 2009.